Depressão: quando o mundo interno pede cuidado | Psicoterapia e acolhimento
- umapsicologafemini
- 27 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 3 dias
Se os dias se tornaram pesados demais e, antes o que era simples - como se levantar da cama - agora exige uma força que você sente ter perdido, pode ser depressão: uma angústia difícil de explicar, mas impossível de ignorar.
A depressão, muitas vezes, pega você de surpresa. Você não entende o porquê, mas se sente muito mal, como se não fosse mais a mesma pessoa.

Um sofrimento que pede reconhecimento, não silenciamento
A depressão não é frescura, tampouco fraqueza, mas um momento importante de olhar para dentro.
Quando passamos por experiências difíceis, precisamos ter tempo de vivê-las. Talvez você pense “mas eu não passei por nada assim recentemente”. E aí que está - é possível que o fato que está deixando você mal tenha acontecido há muito tempo, mas suas necessidades emocionais não foram reconhecidas.
Você aprendeu a esconder o que sentia para continuar existindo; defendeu-se fazendo que não era nada. Empurrou, empurrou - talvez sem nem perceber - e agora, que não dá mais, já nem se lembra exatamente do que aconteceu. Mas o que é reprimido não desaparece: adormece, esperando um espaço onde possa, finalmente, ser visto e acolhido.
Por isso, a depressão pode se manifestar como um convite doloroso - o corpo dizendo “não dá mais para sustentar isso sozinha”.
É o momento em que aquilo que foi deixado de lado pede para ser cuidado com atenção e tempo.
“Quando tudo pede um pouco mais de calma”¹
Viver a depressão em um mundo que exige alta produtividade é desafiador. Isso porque a condição torna as pessoas menos ativas e mais retraídas. Se pudermos aceitá-la e vivê-la, saímos dela de forma mais inteira - porque, sim, se você se permitir sentir e compreender o que a tristeza está comunicando, uma hora ela passa.
Ainda assim, há momentos em que a depressão pode desorganizar profundamente a vida. Nesses casos, a medicação pode ser um recurso importante, ajudando a aliviar o sofrimento e a restabelecer o mínimo necessário para que a pessoa possa retomar o cuidado de si - dormir, se alimentar, trabalhar e, principalmente, seguir no processo terapêutico.
O espaço terapêutico como ambiente em que a tristeza pode existir
Experimentar uma tristeza persistente dá medo - ainda mais se as pessoas ao redor cobram o tempo todo que você reaja, saia de casa e “coloque um sorriso no rosto”.
Eu não vou cobrar isso de nenhum paciente. Cada um tem seu tempo. Se você continua triste, é porque ainda não dá para fazer diferente. Quando algo se quebra, é preciso consertar - e isso leva tempo.
Na psicoterapia vamos:
autorizar e amparar a vivência da depressão
escutar o que a tristeza está comunicando
reorganizar seu mundo interno
ampliar sua capacidade de lidar com as tensões internas, com os acontecimentos e desacontecimentos da vida
retomar o antigo ritmo apenas quando você estiver pronta
Se você busca um lugar onde seu tempo será compreendido e respeitado, adorarei poder ajudar.
¹ Trecho da música “Paciência” do Lenine.


